A maternidade é um peso?

Num dos primeiros dias do Rosário da madrugada com o Frei Gilson, ele falou sobre a maternidade não ser um peso. Eu fiz um recorte dessa fala e coloquei no meu instagram. Então apareceu esse comentário:

Ao ler o comentário dessa mulher dizendo que “a maternidade, para a mulher, é o fim, e para o homem é uma paz”, eu questionei: com que tipo de homem essas mulheres estão casando? Pelo menos comigo, meu marido é presente, não delega seu papel de pai, e é um super parceiro no cuidado com as nossas crianças.

Eu segui com os questionamentos: para algumas pessoas, o que é a vida? É sentar no sofá pra ver série? É sair para o bar e não ter hora para voltar? É tirar foto na frente da torre Eiffel? É ir no salão de beleza e gastar 700 reais? Será que a vida se resume somente a conforto?

Não, a vida real não é isso. Na vida real, tem família, tem trabalho, tem cuidado com o próximo, tem serviço, tem doação. O erro que essa mulher está vendo nos homens, ela não percebeu que está querendo repetir ao seu modo.

Esse é um dos males da vida moderna. Os confortos são muitos. E as pessoas se acostumam, e ficam fracas ao ponto de achar que cuidar do próprio filho é um peso. O conforto vira vício. Vira um deus. É a idolatria ao deus-conforto.

Essa visão de mundo está na base de muitos problemas nas famílias e na sociedade. Por exemplo, o ab0rto não deixa de ser uma idolatria ao conforto. A pessoa sabe que é errado, mas é capaz de aniquilar a vida de um inocente, colocando sua própria vida em risco, para continuar tendo sua vidinha confortável e sem serviço ao próximo. O materialismo e o hedonismo colocaram a geração atual numa prisão terrível.

Bom, com essa conversa de conforto e peso da maternidade, fui rotulada de “sortuda” por ter encontrado um bom homem.

Eu, então, argumentei que pode até ser que eu tenha tido sorte, mas eu escolhi esperar por um bom homem, que fosse um bom marido e um pai presente. Eu escolhi terminar outros namoros que tive e escolhi ficar sozinha até conhecer um homem católico, que quisesse formar comigo uma família católica.

Não se pode eximir as mulheres de sua responsabilidade de escolher um bom marido. Existem exceções, sim, mas em geral os homens dão sinais de problemas, defeitos e vícios já no namoro, e muitas mulheres ignoram e casam mesmo assim.

Além disso, não vivem a castidade, e o sexo antes do casamento interfere no processo de conhecer a pessoa em sua totalidade.

Nós vivemos uma p4nd3mia de famílias que não educam seus filhos para formar famílias. Isso já vem de algumas décadas. Então, sim, muitos homens modernos são fracos e não assumem responsabilidades.

Mas o grande problema é que as mulheres dos nossos tempos gostam de culpar os homens por tudo e não enxergam o seu papel e as suas próprias responsabilidades nessa história toda. A primeira delas é, SIM, se esforçar para escolher um bom homem para casar, que seja parceiro, que seja um homem consciente de suas responsabilidades de marido e pai, e se esforce para cumpri-las.

Com isso, estou dizendo que a maternidade é uma moleza?

Não, minha amiga. A maternidade é exigente. Não é a toa que a Bíblia diz que “a mulher será salva pela maternidade” (1 Tm 2,15). Mas a Bíblia não diz que a mulher deve viver a maternidade sozinha. Ou seja, é responsabilidade dela encontrar um bom homem para que ele também seja um bom pai para os seus filhos.

Não adianta lutar contra a biologia. Quem engravida é a mulher. Se a mulher decidir se envolver sexualmente com um cafajeste, e como consequência ocorre uma gravidez, o cafajeste pode cair fora e deixá-la abandonada, como é infelizmente tão comum nos nossos tempos.

A solução é abortar? É tentar lutar contra a biologia? Não, caríssima. A solução é não se envolver com cafajeste.

Voltando ao “peso” da maternidade: Esse “peso” não está relacionado à fardo, mas à responsabilidade. Quando nos tornamos mães, a nossa vida muda, e aceitar isso é o primeiro passo para que a maternidade seja mais leve.

Nossa vida muda! Nossas noites de sono não serão mais as mesmas, nosso tempo livre será mais escasso, e precisaremos nos esforçar para adquirir as habilidades que nos faltam para cuidar bem dos nossos filhos.

Outra coisa que ajuda muito a tornar a maternidade mais leve é se conscientizar de que nossos filhos não são bens ou itens do checklist da conquista; mas presentes que Deus nos confia para que nós possamos cuidar deles. Isso é tão lindo! Quando entendemos isso, compreendemos que a maternidade, longe de ser um fardo, é um privilégio. Que Deus bondoso é esse que nos convida a colaborar com Ele em sua Criação?! Que Deus bondoso que nos confia seus filhinhos amados para que nós possamos cuidar?!

Mas eu sei (e já senti na pele) a dificuldade que as mulheres dos nossos tempos têm para viver a maternidade e a vida no lar, afinal de contas, como resultado de uma cultura pós-feminista, fazemos parte de uma geração mais desvinculada e dissociada da vida familiar. As mulheres dos nossos tempos são incentivadas a estudar, trabalhar e serem “iguais” aos homens (só lembrando: nunca serão).

Nesse contexto, nós precisamos buscar ajuda. Seja para aprendermos as habilidades que precisamos, seja para descansar um pouco (porque a rotina com crianças, especialmente as pequenas, é bem puxada). Então, se você se vê cansada, esgotada, e até mesmo triste e desanimada, não hesite em buscar ajuda! Não precisamos rotular a maternidade como um fardo. O que precisamos é compreender a verdade sobre a maternidade e buscar as ajudas que precisamos. Nós não somos autossuficientes e a vida é mais leve e alegre quando compartilhada. 🙂

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