Consequências da cultura antinatalista

A contracepção está em vigor na sociedade desde a década de 1960 e, embora a maioria das pessoas pense que tomar uma simples pílula para não engravidar é algo normal e inofensivo, essa prática pode trazer muito mais consequências do que se imagina – e elas não se resumem apenas aos efeitos colaterais para a saúde da mulher.

Depois de ler e refletir muito ao longo de quase uma década imersa no assunto da contracepção e da defesa da vida, elenquei as 6 principais consequências da cultura antinatalista. São elas:

Antropológicas:  A rejeição da maternidade e a visão distorcida sobre o papel da mulher na sociedade moderna resultam em uma crise de identidade que corrompe a essência da feminilidade. A mulher é levada a se afastar de sua natureza, desligando sua fertilidade, vendo a maternidade como um problema ou fardo, e buscando igualdade com o homem.

Bioéticas: A ideia de evitar filhos e ter ferramentas para isso leva a uma velada desvalorização da vida intrauterina. Quando a sociedade começa a relativizar o valor de uma vida intrauterina, ela abre as portas para uma série de dilemas éticos e morais que afetam a dignidade humana como um todo.

Nos relacionamentos: Fechar o ato conjugal reduz o relacionamento humano ao mero envolvimento físico. A consequência disso é a desvalorização, objetificação e descarte de pessoas, especialmente da mulher, já que um envolvimento íntimo supostamente não gera consequências (um filho). Isso já havia sido dito em 1968, logo após o surgimento da pílula, por Paulo VI, na sua encíclica Humanae vitae.

Culturais: a visão de vida e de família fica totalmente distorcida, com os filhos sendo vistos como fardo, e com o conforto e as facilidades sendo idolatradas, formando uma geração mais fraca. A cultura contemporânea valoriza o sucesso individual, o consumo e a liberdade pessoal acima do compromisso com a família. Como resultado, a maternidade e a paternidade são muitas vezes adiadas ou mesmo descartadas.

Sociais: famílias menores levam a menos interações entre gerações, resultando em uma sociedade mais individualista e egoísta. A cultura familiar, a transmissão de valores e a própria noção de comunidade tendem a se perder quando há menos crianças para perpetuar esses vínculos.

Econômicas: poucos trabalhadores jovens para substituir os aposentados. Com menos nascimentos e uma expectativa de vida mais alta, a proporção de pessoas idosas em relação aos jovens aumenta consideravelmente. Isso gera pressão sobre os sistemas de previdência social e saúde, que precisam sustentar uma população idosa maior com uma base de contribuintes cada vez menor.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pode pensar, o controle de natalidade está longe de ser apenas uma escolha pessoal. Essa prática, além de ter origem em ideologias sombrias, carrega consigo profundas consequências para a sociedade como um todo. 

O controle de natalidade começa por interferir na fecundidade matrimonial, distorcendo a visão sobre amor e fecundidade. Também contribui para a desvalorização da vida humana e para a corrupção da natureza feminina. Infelizmente, o controle de natalidade incentiva a mentalidade utilitarista que vê o valor da vida como algo relativo e negociável. 

Além disso, o enfraquecimento da maternidade e da paternidade afeta diretamente a coesão social, resultando em populações cada vez mais envelhecidas, em crise de identidade e esvaziadas de propósito.

Do ponto de vista bioético, a desumanização da vida intrauterina abre um perigoso precedente, onde o respeito pela dignidade humana é relativizado em nome de conveniências individuais e sociais. A visão que dissocia a mulher de sua capacidade de gerar vida não só desrespeita a ciência, mas também nega sua natureza profunda e sua contribuição única para a humanidade.

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